O Brasil vive um momento de depuração das Instituições Públicas e Privadas. De certa forma, em toda América Latina, a população tem exigido uma maior transparência dos seus governantes na gestão dos recursos públicos e, principalmente, que o clientelismo, o paternalismo e a corrupção sejam pontos fora da curva. O eleitor está cansado da incapacidade dos seus representantes de propor soluções que mitiguem o fosso que separa a sociedade das suas necessidades básicas e reais.
Neste processo de limpeza, muitas “máscaras“ têm caído. Até aqueles que se dizem…. “novo”, “gestor”.... comportam-se com a alma velha, e as mesmas práticas do passado. Discretamente, percebe-se o avanço dos sistemas de controles externos e internos, maior engajamento social e o uso das mídias sociais.
Mas isso está longe de ser suficiente. A consolidação da democracia e o desenvolvimento do País é um desafio que exigirá enorme resiliência daqueles que desejam uma nação melhor. Este compromisso social não passa apenas por políticos e empresas, mas pelos servidores públicos, judiciário, sindicatos, universidades e intelectuais. Qual a dificuldade de compreender que o Estado faliu moral e financeiramente? Se nada for feito, o destino será de terra arrasada e uma Republica sem futuro.
Diante deste cenário, parece ser indiscutível, que o exercício da governança das relações políticas e institucionais das organizações públicas e privadas deverão ser cada vez mais profissionais e menos “informais”. As empresas terão papel fundamental de árbitros de indivíduos que não se transformam e continuam a representar o “velho” (expressão da moda para rotular os que vivem na política ou da política para defender os interesses pessoais e a usam para explorar os mais desfavorecidos, com menos educação, saúde e todo tipo de mazela social). A crise no sistema representativo se estende a outras democracias no planeta, muitas seculares.
Provavelmente, o que melhor representa o “jovem” é a geração nascida nos anos 70 (sem dúvida com exceções em décadas anteriores). São brasileiros que conhecem as agruras da hiperinflação, do aliciamento do Estado e vivem com a triste realidade que o Gigante não acordou. Aos poucos esse grupo tem buscado mais espaço, se posicionando e chegando ao Poder.
Enquanto isso a “velha guarda” da política está se acostumando com o mundo digital e o acesso a informação. Surge uma nova Comunicação Política. Essa conversa sem marketing, propostas mirabolantes, baseada na relação direta eleitor e representante. O político passa a ser um candidato permanente e não mais preocupado com as eleições.
Este processo, de vários caminhos que se encontram, não está sendo lento, mas não tão rápido como se gostaria. O país tem aprendido e refletido a cada momento mesmo quando se anda para traz. Esta coluna pretende ser mais um canal de diálogo para discutir o presente e o futuro do país sem esquecer o passado, seus erros e acertos.