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Camilla Cunha

Ser júnior hoje para ser gigante sempre


Continuando nosso papo o Movimento Empresa Júnior, nada mais justo que conhecer a visão daqueles que estão vivendo essa experiência. Para isso, convidei a Conex – Consultoria em Negócios Exteriores, empresa júnior do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, para compartilhar um pouco de sua vivência no MEJ. Vamos começar com os estudantes Aline Ghellere e Matheus Mizuta:

As empresas juniores são organizações sem fins lucrativos, regulamentadas pela Lei 13.267 e criadas com o objetivo de "formar, por meio da vivência empresarial, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil". A frase que intitula este artigo estampa muitas camisetas e materiais promocionais da Brasil Júnior, confederação brasileira de empresas juniores, mas o que ela representa para nós, jovens universitários, apaixonados pela nossa causa? Ela representa o nosso inconformismo com a realidade que nos é posta e o caminho para mudá-la. Ela representa que os juniores de hoje, são os líderes de amanhã.

O movimento empresa júnior surge simplesmente da insatisfação com o meio e com a própria educação brasileira. Nos questionamos "por que esperar até a formatura para trabalhar e fazer a diferença, se podemos começar agora?", dessa forma, transformamos o que seria apenas conhecimento teórico em experiências práticas, atuando desde já em nossas áreas de formação. Realizamos projetos que tragam as melhores soluções para cada um de nossos clientes para que eles possam alavancar seus negócios, e nós, possamos aprender com esse crescimento. Auxiliamos principalmente micro e pequenas empresas, que em geral não poderiam pagar pelo serviço de uma empresa sênior. Temos um olhar humanizado sobre cada empresa que atendemos e por conhecer mais de perto suas realidades buscamos causar o maior impacto possível para transformá-las. Por conseguinte, conseguimos nos tornar profissionais muito mais preparados para o mercado.

Ademais, o trabalho é 100% voluntário, ou seja, nenhum empresário júnior recebe salário pelo seu trabalho, por isso, cada centavo arrecadado pelas empresas juniores é reinvestido em seus membros, por meio de cursos de extensão e capacitações. E, em 2016, o movimento empresa júnior movimentou R$ 11,1 milhões, e até setembro de 2017 as empresas juniores já faturaram juntas mais de R$ 12,5 milhões, com a meta de R$ 18 milhões. Logo, são mais de dez milhões de reais investidos anualmente na educação brasileira de forma independente do Estado.

Além disso, uma das palavras-chave do movimento empresa júnior é a cooperação. Já somos mais de 510 empresas juniores e mais de 16 mil empresários juniores trabalhando em conjunto no país inteiro. Esse trabalho em rede é o que complementa a missão do movimento, que é a de formar empreendedores que transformem o Brasil. Empresários juniores são unidos e juntam forças para superar adversidades. Não existem concorrentes, todos trabalhamos pela mesma causa. Algo que nos difere do mercado sênior é a consciência de que, nenhum de nós é mais forte, do que todos nós juntos.

Muitas vezes parecemos sonhadores, principalmente em virtude da pouca idade, mas conhecemos nossas limitações e as dificuldades que enfrentaremos. E, em um panorama político e econômico que não demonstra reação, em que a corrupção parece se alastrar como uma pandemia até aos mais altos níveis de poder e a população brasileira continua a sofrer diariamente com a fome, miséria, altos índices de violência e descaso do poder público. O MEJ é a nossa resposta, a forma que encontramos de fazermos a nossa parte e de liderarmos microrrevoluções que possam vir a se tornar mudanças maiores.

Ditas todas essas considerações sobre o movimento empresa júnior, sabemos ainda que não são as empresas juniores que irão mudar o meio, mas sim os profissionais que estão sendo formados e capacitados por elas. Sabemos que ainda não somos os melhores profissionais do mercado, mas em um futuro não tão distante, acreditamos que as mudanças virão e seremos nós os precursores destas. Nosso sonho continua sendo transformar o Brasil, e só isso já deixa claro que não sabemos sonhar pequeno. Chamem-nos de idealistas se quiserem, mas preferimos o termo "empresários juniores".

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