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Arthur Mesquita Camargo

Uma Crônica sobre Inovação: Timing é tudo


- "Perdeu o Timing" - disse o gestor experiente.

Acertar o "timing" é o objetivo do especulador, do trader, do empresário, do inventor, da startup.

É lindo ouvir o jargão:

- Você deve comprar no início da alta e vender no início da baixo !

Pó, é fácil falar!

A lenda do Timing Perfeito... Não existe tal coisa (no such thing). De 60% a 70% é a taxa de acerto médio no mercado financeiro. De cada 10 chutes, 6 você acerta. Se você organizar suas entradas, você sairá no positivo. Não importa qual técnica você utilize: Tape Reading, MACD, CCI, Fibonacci, Médias Móveis Ponderadas, Força Relativa, Suportes, Resistências, Linhas de Tendência, Oscilador Chaikin, Estocástico... "Não importa o quão sereno o dia pode ser, o amanhã é sempre incerto", diria Warren Buffett.

Quando se fala de startups, a coisa é bem parecida. Segundo Bill Gross, o principal fator de sucesso de uma nova empresa, de uma nova startup, é o timing. Para o pesquisador, 42% do sucesso empresarial vem do momento certo na hora certa: "A ideia é muito avançada e o mundo não está preparado para ela? Ela é muito avançada e precisamos educar o mundo? É a hora certa? Ou é tarde demais e já existem muitos concorrentes?"

Timing é o momento oportuno e adequado para tomar uma ação e ser recompensando em um nível igual ou superior ao esperado. Qual é o momento oportuno para chegar em uma garota e sair com ela? No início ou no final da festa? Ter a percepção do timing significa ter inteligência emocional e suscetibilidade para que no momento mais propício possa se colocar em prática a ação planejada.

Mas.... como ter mais suscetibilidade e inteligência emocional para tomar a decisão na hora certa? Bom, isso não é tarefa fácil!

Não há doutrina ou teoria comportamental que explique isso. Não estamos dentro de um modelo procedimental como aqueles descritos na Gestão de Negócio: "faça isso", "planeje", "controle", "revise", "refaça". Não é assim.

Certamente, boas informações e um feedback rápido nós permitem tomar boas decisões e, de quebra, permitem que ampliemos nossa suscetibilidade aos acontecimentos incipientes decorrentes da moral e dos novos costumes.

- Você viu a nova tendência de moda em Paris?

- Sabe que a Apple vai lançar um novo produto?

- Fulano tá só andando com um novo aplicativo.

Você não é bobo. Sabe que a moral tem influência direta sobre o dinheiro, ou seja, a forma como as pessoas o gastam. E, você, que não é bobo, quer, ao final das contas, ganhar o dinheiro das pessoas.

- "Você deve fazer com que o dinheiro saia do bolso delas e vá, voando, para o seu", diria Mark Hanna no Lobo de Wall Street.

Somo a isso, a necessidade de conhecer o contexto do mercado, do alvo, do cliente, do seu "avatar". Sabendo que as decisões humanas - e aqui incluo a sugestionabilidade - são fortemente influenciadas pelo contexto, no qual se inclui o modo como as escolhas nos são apresentadas, é preciso entender o contexto ou, pelo menos, criar um ambiente fictício ou simulado em que o avatar possa navegar de forma "consciente" sobre a experiência criada, simulada ou entendida por você. Pense no caso, você está em um grupo de amigos, é natural que você tome decisões, segundo o contexto comportamental do grupo.

De toda forma, não importa a análise que for feita, na hora de apresentar um produto, negócio ou ideia é preciso conduzir o ser humano a um conforto presente e rápido. Deve-se oferecer mecanismos que conduzam as pessoas até as escolhas que elas afirmam desejar.

Veja o caso de títulos de capitalização. Ninguém gosta dessa bosta, são notoriamente o pior instrumento financeiro de todos, porém, ano após ano, tem o DOBRO de captação do que a poupança. Segundo dados da FenaCap e do Bacen, o mercado de títulos de capitalização tem uma média de captação de R$ 29 bilhões anuais, enquanto que a poupança fica próximo de 15 bilhões!

Entenda, os gerentes de bancos não obrigam os clientes a tomar a decisão de não poupar, mas, ao contrário, conduzem as pessoas a decisões que elas próprias dizem querer tomar: "sempre é bom poupar".

Por fim, Inteligência emocional. Como ter mais inteligência social? Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade. Indo além, é capacidade de compreender e gerenciar os próprios sentimentos, e, no nosso caso, compreender e gerenciar os sentimento dos outros - especialidade de alguns psicólogos.

- Timing, meus amigos. Complexo e simples. Voltemos ao jogo.

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