De forma inicial, é imprescindível que a cultura organizacional promova valor econômico para a empresa. A existência de uma estreita distância entre a cultura organizacional com aspectos da dinâmica da firma deixa claro que, independente de como a cultura intervenha no agir da organização, é fundamental que traga valor econômico dentro de quaisquer que seja seu contexto. Em seguida, observa-se a necessidade da cultura organizacional ser rara. A compreensão desse indispensável atributo se faz a partir da ciência de que as características da cultura organizacional devem ser pouco comuns, ou seja, os mesmos elementos não são encontrados em abundância quando observado um contexto com múltiplas organizações. Dessa forma, a organização deve apresentar um autêntico e complexo mix de elementos que caracterizam sua cultura de forma particular e diferenciada das demais. A perspectiva de Cultura Organizacional como fonte de sustentação de vantagem competitiva para organizações evidencia a importância do estudo no tema. O entendimento dessa perspectiva diverge de descrições superficiais comumente elaboradas por administradores a fim de apenas descrever determinada cultura. Essa simplória atuação, ao se defrontar com a pragmática complexidade do meio organizacional evidencia sua falta de base teórica e os entraves em busca da vantagem competitiva. O descrever de uma cultura não implica em um profundo conhecimento sobre o tema. Deve-se então considerar atributos que as organizações necessariamente precisam ter para para gerar uma vantagem competitiva continuada. É de fácil entendimento de que essa disparidade em características da cultura organizacional acaba por destacar as que apresentam as escassas particularidades. Por fim, há a exigência de ser imitável de forma imperfeita. A partir do momento que se observa uma organização tentando mimetizar outra, já se observa uma desvantagem da primeira sobre a imitada. As realidades organizacionais são sempre diferentes, cada uma têm o seu contexto, seus símbolos e sua história. A partir desse pressuposto se torna simples entender a dificuldade de se imitar uma cultura organizacional, dada a multiplicidade de circunstâncias organizacionais. Dessa forma, apenas havendo a combinação dos fatores apresentados seria possível transformar a cultura organizacional como fonte de vantagem competitiva continuada. Portanto determinada organização sem ter sua cultura organizacional tida proporcionadora de valor econômico, sem ter características raras ou sem o atributo de imitação imperfeita, não pode configurar como organização que utiliza da cultura organizacional como vantagem competitiva. A perspectiva de manipulação da cultura organizacional de forma induzida se choca com a base teórica aqui apresentada. Ou seja, apenas quando não é possível controlar a cultura de uma organização que ela pode gerar uma performance financeira superior.
Obs: Texto elaborado sob perspectiva teórica baseada no artigo “Organizational Culture: Can It Be a Source of Sustained Competitive Advantage?” de JAY B. BARNEY.
#Arthur Mesquita Camargo